UM CURSO EM MILAGRES
30 DE MAIO DE 2005
2ª FEIRA

Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil.
Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me dirigirá.
Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,
sabendo que Ele vai comigo.
Eu serei curado na medida em que eu permitir que Ele
me ensine a curar.

Jorge: Vamos estender o Exercício da Semana passada (reunião do dia 16/05/2005) por mais uma semana, porque é um exercício realmente básico para o crescimento espiritual. Crescemos espiritualmente à medida que nós nos desenvolvemos emocional e materialmente. A mente emocional é o nosso ego. Quando há envolvimento emocional e envolvimento material, nós não estamos envolvidos pela luz do espírito, estamos envolvidos na matéria. É o momento da escolha, quando você liga a televisão, ouve uma notícia que você não gosta, e você não deixa se envolver pela notícia.

Você continua a sua vida trabalhando para se desenvolver. Quanto menos a pessoa está envolvida, mas ela se desenvolve em todos os níveis.

Uma história:

Uma vez eu era gerente de vendas. Tinha um rapaz que era vendedor e ele não vendia nada. Ele estava nos três meses de experiência. No primeiro mês ele não vendeu nada, mas isso é normal, está em fase de adaptação, buscando clientes. No segundo mês também não vendeu nada e estava para vencer o terceiro mês, quando se define, ou permanece ou vai embora, chamei-o e perguntei:

-O que está acontecendo, por que você não vende nada?

-Você não lê os jornais, não vê televisão?

-O que têm os jornais e a televisão para te impedir de vender?

-Você não vê a inflação? Com a inflação tão alta, quem vai querer comprar alguma coisa?

-Então pára de ver televisão! Se você não consegue ver televisão e ler o jornal sem envolver-se, você vai morrer de fome. Você tem que vender para a tua subsistência para ganhar o dinheiro para pagar as despesas de casa, você fica tão envolvido pelas notícias dos jornais e da televisão que você não consegue trabalhar! Se você continuar tão envolvido deste jeito, a primeira coisa que vais perder é o emprego, que você nem ganhou ainda.

Se você não consegue ver sem se envolver, você não consegue se desenvolver em nada.

Não sei se são os chineses ou os japoneses que dizem que tempo de crise são as melhores oportunidades de crescimento para quem não está envolvido com a crise. Se você não deixar se envolver pela crise, você consegue superar e desenvolver-se e crescer.

Isso em todos os níveis. Se há uma crise no relacionamento, não deixa a crise envolver você. Se há uma crise no seu ambiente de trabalho, não deixa a crise envolver você. Se há uma crise no trânsito, não deixa a crise envolver você.

Se há uma crise no Afeganistão, eu não sei nem onde é isso, e se você vê e já se envolve, já fica tomando partido de um lado ou de outro, você fica preso naquilo, nos teus pensamentos fica rodando aquilo. Você começa a ter pensamentos de pena de um, de ódio de outro, só porque você se envolveu com uma notícia que não tem nada a ver com você.

O que tem a ver com você? O espírito!

Então, vamos fortalecer bem o exercício nesta semana: Envolvimento espiritual e desenvolvimento material.

Quanto mais você se desenvolve materialmente, mais você tem desenvolvimento material, só não pode ficar envolvido. Por exemplo: Hoje passei na portaria do prédio, estava lá o síndico dizendo que um funcionário fez isso e aquilo. Eu poderia me envolver com aquilo. Não, eu estou fora! Estou supimpa! Por quê? Porque eu não tenho que me envolver com isso, para isso tem o síndico, tem o zelador... A gente tem uma tendência a se envolver com tudo que vê, com tudo que ouve, com tudo que percebe.

O ego puxa para isso, que você tem que saber o que está acontecendo, que você tem que saber o que é isso, o que é aquilo. Tem pessoas responsáveis para isso.

Estou me estendendo nisso, porque acho muito importante este exercício.

Lembrem-se do exemplo: O presidente de uma grande empresa está envolvido no problema que está acontecendo com um dos clientes? Não! Ele não quer nem saber! Se perguntarem onde ele está, provavelmente alguém dirá que ele está num hotel cinco estrelas... Se ele se envolvesse com os detalhes pequenos da empresa ele enlouquecia, não aproveitaria a vida.

O Curso em Milagres diz: ‘Não tem maior ou menor, não existem ordens de dificuldades’. No nosso pequeno envolvimento, neste sentido, se você não se desenvolver das pequenas tarefas, você nunca vai conseguir ficar rico, você vai ficar preso, cuidando das coisas. ‘Como é que vou sair de casa? Será que ela vai lembrar de desligar o fogão, de fechar a janela. Acho que vou ficar em casa para ver se ela fechou direito a porta’. Você fica tão envolvido com aquelas coisas pequenas que você não consegue se desenvolver. Tudo que a gente se envolve demais a gente fica preso.

Uma história:

Houve uma época em que fazíamos umas vivências num sítio onde tinha uma arara, chamada Loly. Ela sempre estava correndo atrás da gente, era a alegria do pessoal. Subia numa árvore e ficava se exibindo para gente, estava sempre envolvida com todos.

Um dia fizeram uma casinha para a Loly em cima de um tronco. Ficou tão envolvida com a casa que não saiu mais de lá. Brincamos muito com isso ‘viu, ganhou uma casa, agora está presa, se envolveu com a casa, não quer mais sair, não se alegra mais e não alegra mais’.

Veja, tudo o que a gente se envolve demais a gente fica preso. Têm pessoas que estão lá para fazer isso, outras para fazer aquilo. Desenvolver é a chave para a gente prosperar. Por isso o desenvolvimento vem na medida em que você se desenvolve. Se começa ficar envolvido com questões pequenas você fica preso ali.

Vamos prorrogar este exercício! Não se deixe envolver por nada! Vamos ver como é que acontece este desenvolvimento. Não importa o que aconteça, não se envolva!

PRINCÍPIO 32
Eu inspiro todos os milagres, que são realmente intercessões. Eles intercedem pela tua santidade e fazem com que as tuas percepções sejam santas. Colocando-te além das leis físicas, eles te erguem à esfera da ordem celestial. Nesta ordem, tu és perfeito.

Jorge: Acontece o desenvolvimento. De qualquer maneira você está no nível da matéria quando acontece o milagre, só que no momento do milagre você entra em estado de desenvolvimento, você não está mais envolvido com nada. Porque todas as coisas físicas, materiais são apenas instrumentos para o nosso aprendizado e todas as formas se deformam . Então tudo isso passa, tudo que está no nível das percepções das formas, tudo isso é pó. Vem do pó, volta ao pó.

O quê acontece? Nós nos envolvemos tanto com as coisas do mundo, com as coisas da matéria que nós não conseguimos sair mais delas. Temos muitas dificuldades, temos muitos investimentos aqui. Quanto nós investimos na casa, no carro, no micro, na nossa profissão, no nosso trabalho, tudo isso são envolvimentos com as coisas materiais. O quanto nós estamos envolvidos com as coisas materiais?

O nosso envolvimento com a matéria é tão grande que você pode fazer uma pesquisa: Quanto tempo por dia você gasta com as coisas materiais às quais você está envolvido e quanto tempo você utiliza para as atividades espirituais num dia. Com as respostas a estas questões vamos ter uma idéia de quanto estamos envolvidos na matéria ou com o espírito. É bem esta a proporção.

Com o milagre, nós continuamos aqui onde estamos, continuamos com que nós temos, mas nós deixamos de estar envolvidos. Porque a nossa mente sobe ao nível do espírito e ali nós não temos envolvimento material, então compreendemos a utilidade das coisas materiais e não o valor material que elas têm. Todas as coisas materiais deste mundo têm um valor que já caiu. Por exemplo: Você investe um milhão numa casa, terminou de construir a casa, já começa a reforma. As coisas vão se desvalorizando, o custo de manutenção é muito alto e com isto nós nos envolvemos muito, se deixamos de manter a casa, ela cai.

Com tudo o que nós fazemos, criamos uma teia que vai nos envolvendo, envolvendo de maneira que a gente quase não consegue mais sair. Veja o número de pessoas que têm que ficam envolvidos o tempo inteirinho com as coisas materiais. Quando param de trabalhar, vão conversar um pouquinho, a conversa é sobre o eu tem, o que não tem, o que quer, o que deixa de querer. As pessoas não tiram um tempo para tratar das coisas espirituais, tão envolvidas estão com as coisas materiais.

Isso pode nos proporcionar um grande estado de bem-estar e felicidade à medida que nós nos desenvolvemos das coisas materiais. Vamos estar aqui, vamos fazer as mesmas coisas de maneira cada vez melhor, sem nos envolvermos com aquilo e fazer as coisas de maneira mais perfeita.

No trabalho, por exemplo, quer dizer que não vou estar envolvido com o trabalho, então não estou ‘nem aí para o trabalho?’ Não! Você vai desenvolver-se das tarefas que você tem no trabalho é mais um desenvolvimento. Você vai desenvolver as tarefas da melhor maneira possível. Você sabe que na hora que você concluiu a tarefa você está liberado dela. Aquilo está pronto! Não ficar envolvido com o resultado da tarefa. Libera! Senão vamos ter a idéia do artista que pinta uma tela e a tela fica tão bonita, ele fica tão envolvido por aquela pintura que não quer vender. Envolveu-se com aquilo e não consegue liberar-se daquilo. Então, ele não tem prosperidade, ele não se desenvolve, as telas que pinta guarda para ele. Desenvolver-se das tarefas é isto também. É desenvolvendo nos que vai fazer com que nós alcancemos desenvolvimento.

Tinha um mestre que dizia: Quando a tarefa está concluída é hora de partir! Neste caso, partir para outra. Não fica preso naquilo, assim vamos alcançando, cada vez mais, desenvolvimento. Não ficamos envolvidos com pequenos problemas, com nossas próprias deficiências, à media que nós nos liberamos das nossas deficiências, que não ficamos presos aqueles condicionamentos, deficiências de todos os níveis, emocionais, mentais ou físicas, vamos ficando cada vez mais felizes. Isso que nós temos que aprender, a desenvolver as tarefas, desenvolver-se delas e seguir em frente.

Livro Texto
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Capítulo 3- A PERCEPÇÃO INOCENTE
VI. O Julgamento e o problema da autoridade

2. Escolher julgar ao invés de conhecer é a causa da perda da paz. O julgamento é o processo no qual se baseia a percepção, mas não o conhecimento. Eu já discuti isso antes em termos da seletividade da percepção, mostrando que avaliação é o seu pré-requisito óbvio. O julgamento sempre envolve rejeição. Nunca enfatiza apenas os aspectos positivos do que é julgado, seja em ti ou nos outros. O que foi percebido e rejeitado, ou julgado e considerado insuficiente, permanece na tua mente porque foi percebido. Uma das ilusões de que sofres é acreditares que quando fazes um julgamento contrário a alguma coisa, ele não tem efeito. Isso não pode ser verdadeiro a não ser que também acredites que aquilo contra o qual tu julgaste, não existe. Evidentemente não acreditas nisso ou não terias feito um julgamento contrário. No fim, não importa se o teu julgamento está certo ou errado. De qualquer forma, estás colocando a tua crença no irreal. Isso não pode ser evitado em nenhum tipo de julgamento, porque nele está implícito que tu acreditas que a realidade é tua para que seleciones dela o que quiseres.

Jorge: Quem está no espírito escolhe conhecer, quem está no ego escolhe avaliar.

Uma história:

O mesmo mestre que disse: ‘quando a obra está concluída está na hora de partir’, costumava passear todos os dias de manhã, fazia uma caminhada no bosque e o vizinho viu nele um mestre e decidiu fazer tudo o que o mestre fazia. O vizinho percebeu que este mestre estava se desenvolvendo e crescendo espiritualmente, então pensou ‘vou fazer tudo o que ele faz!’ Então o vizinho ficava cuidando o mestre, o que o mestre fazia ele procurava fazer igual. Um dia o vizinho comentou com um amigo: ‘esse cara ai do lado chegou lá e eu estou fazendo tudo o que ele faz, porque quero seguir o mesmo caminho, também quero alcançar isso que ele alcançou’’.

O amigo perguntou: -Mas o quê ele faz?

-Bom, pra começar ele levanta às cinco horas da manhã e faz uma caminhada de duas horas no bosque e eu vou junto.

O amigo disse: -Quem sabe eu também posso ir junto? Eu também quero crescer espiritualmente.

No dia seguinte, às cinco hora da manhã estava lá o mestre, o vizinho e o amigo do vizinho.

O vizinho disse para o amigo: É silencioso, o cara não gosta que se fale nada, tem que ser em absoluto silêncio! O amigo concordou. Começaram a caminhar, o mestre, o vizinho e o amigo logo atrás. O mestre não fez nenhuma avaliação, nenhum julgamento. Mas lá no meio da caminhada, quando começou a nascer o sol o amigo começou a entrar no estado de alegria e de êxtase na caminhada no bosque, com o nascer do sol e não se conteve e disse: Que dia maravilhoso!

O mestre nunca mais permitiu que o amigo ou o vizinho caminhassem junto com ele.

Por quê? Porque o amigo do vizinho fez um julgamento!

Quando você julga que uma coisa é boa você está julgando igual. Porque se você diz: ‘Que dia maravilhoso’, você está dizendo, junto, que ele poderia não ser. Então você afirma a antítese também. Quando você diz: ‘Que dia lindo!’ Alguém que está de ‘bico virado’ poderá perguntar: ‘Está lindo por quê?’ Poderia ser feio?

Veja que sempre que você afirma uma coisa, você reforça a antítese. Aprendemos nas leis da física, daquelas que a gente acha que não vai usar nunca, que para cada ação há uma reação correspondente em grau e em intensidade. Então se você afirma ‘que dia lindo’, imediatamente alguém vai reagir de que o dia poderia ser feio. Certo estaria o caipira que diz: Diiia!

Várias vezes nós já estudamos este mesmo aspecto do julgamento. Cada julgamento envolve uma rejeição. Se você julga que uma coisa é boa, você está rejeitando a outra. Por exemplo, num julgamento: Uma pessoa sai vitoriosa e a outra perde. Então quem perdeu, saiu de lá sentindo-se rejeitado pelo juiz, pelo mundo, pela sociedade, porque não aceitaram a defesa dele, ou o que ele propôs como sendo a realidade dele. No julgamento do tribunal encontram-se em julgamento duas realidades. Qual delas é a verdadeira? Se você escolher uma, estará rejeitando a outra, não tenha dúvida. Por isso todo julgamento envolve rejeição.

Não julgar! Por isso aquele mestre que estava caminhando, tudo o que estava tentando fazer era unificar a mente, não estar com a mente dividida, não fazer avaliações nem julgamentos ele estava treinando para isto. Aí alguém diz ‘Que dia maravilhoso!’ Se o mestre concorda, ele estará julgando, se discordar estará julgando também. Mesmo julgando que é bom, isso parece ser bom para você.

Uma história: Uma vez Raquel e eu fomos tomar um café e na mesinha do lado tinham três mulheres e uma delas falava com a voz bem elevada, portando não pude deixar de ouvir. Falavam de uma pessoa eu não estava presente, fazendo críticas, e ela repetia ‘vejam, não estou julgando é só um comentário!’

É difícil sair do julgamento, não importa que nome a gente dê! Começa com uma avaliação, se você está avaliando já é um julgamento.

Quando cumprimentamos uma pessoa dissemos: ‘Como vai? (está bem ou está ruim?)’ Já dividimos, já julgamos! Ficando mudos, julgamos com a mente. Mesmo que você não julgue com a boca, você julga com os ouvidos, você julga com os olhos, com o tato ‘esta almofada está macia!’, é um julgamento. Você julga com o olfato, se o cheiro é bom ou não, você julga com o paladar, se está temperado ou não. Todo julgamento envolve rejeição.

O que temos que aprender? Comer do jeito que está! Nem dizer que está bom, nem dizer que está ruim, apenas comer. Nem dizer que o cheiro está bom, nem dizer que está ruim.Todo o elogio é para o ego, fortalece o ego da pessoa.

Aprendi que tem um cumprimento que não tem antítese, que é a benção. A benção é uma expressão de amor, e o amor não tem polaridade, não tem antítese, não tem opostos. É uma coisa que a gente tem que aprender, porque todo o nosso sistema de crenças, de pensamento está fundamentado no julgamento. É baixo, alto, gordo, magro azedo, doce, cheiroso, não é, é macio, é duro. Tudo que nós percebemos é julgamento.

Participante: Como eu faria isso, junto com o exercício da semana?

Jorge: Você não se envolvendo, você já estará fazendo isso. Porque não se envolver é deixar de julgar. Por exemplo, você abre o jornal e lá está escrito: ‘O ditador do Afeganistão fez ....’ Se você lê aquilo sem tomar partido, sem se envolver, você apenas lê a notícia, não se envolve e não estará julgando. Pode saber, mas não pode julgar, não pode se envolver.

Participante: Tem culturas que utilizam os mantras..

Jorge: Os mantras servem justamente para isto, enquanto você está com a mente envolvida com algo espiritual, você se desenvolve no material, você não julga. Para que serve o rosário, por exemplo? Diferentes crenças usam sempre uma coisas nas mãos, a tua mente fica ligada naquilo, isso forma um circulo, um circuito entre mão e mente. Os hindus usam nas mãos o Japa Mala e ficam recitando mantras, os árabes também têm, os cristãos têm o rosário. Você vai ver que diferentes religiões têm uma coisa para ocupar a mão enquanto está falando ou cantando. Enquanto você ficar com a mente presa nisto, você não está julgando. Quanto mais você ficar repetindo mantras, um canto, uma oração, menos você fica no julgamento.

O Curso em Milagres diz: “Orai e vigiai”. Vigiai a mente para não julgar e se chegar o julgamento, orai! É esse o sentido da oração. A oração tira os teus pensamentos da freqüência corporal, da freqüência da matéria. Quando você vê que está caindo na tentação, puxa o terço e começa a repeti uma oração, ou um mantra.

Às vezes quando a pessoa acorda com pesadelos, parece que ela acordou, mas o pesadelo continua. Se quiseres sair do pesadelo, então reze! Por quê? Porque você está numa freqüência no nível muito baixo, no nível do medo, então você reza, reza, você vai sair daquela freqüência. Sai do medo. Para sair do julgamento, começa a rezar mentalmente, canta dez Ave Marias, não importa de qual religião você seja. Canta mantras! Você vai saindo daquela freqüência, vai mudando a tua vibração, você vai se desenvolvendo das coisas da matéria, dos conflitos da matéria e tua mente vai subir. Você recupera a tua paz.

É isso que diz aí. Todo julgamento tira a tua paz. Você só julga coisas que têm a ver com as percepções físicas, as percepções materiais. Orando você sai da percepção e não se envolve.

Nesta última viagem que fizemos fomos na casa de uma pessoa e o dono da casa não estava, estava o filho de 16 anos. Alguém foi chamar o pai. Era domingo de manhã e o pai foi na missa. Quando o pai chegou e colocou um pé no portão de entrada, o filho disse: ‘A benção pai!’ Eu disse, já que é assim eu também quero a bênção, eu também sou filho, sou Filho de Deus. Daí ele disse para mim também: ‘Deus te abençoe!’ Ele contou que se a pessoa não se trabalhar espiritualmente antes de começar a atividade, não rezar um pouquinho, não consegue desenvolver o trabalho direito. Agradecer muito aos antepassados, aos pais, pedir a bênção. Ele disse que já não têm mais os pais, mas mesmo assim, em pensamento, todos os dias pede a bênção para os pais, para os avós dele e passa a bênção para os filhos.

Isso é uma coisa que perdemos, me lembro quando eu era criança eu também pedia a bênção para o meu pai e minha mãe e eles diziam ‘ Deus te abençoe, meu filho!’

Esse domingo foi o domingo da bênção, todo mundo abençoando todo mundo. O que acontece quando você trabalha neste nível? Você eleva a tua vibração. Às vezes observamos as pessoas cumprimentarem os outros com xingamentos ‘ô seu banzo!!!’ Se o cumprimento já é um xingamento, você quer ter um dia como?

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Capítulo 3- A PERCEPÇÃO INOCENTE
VI. O Julgamento e o problema da autoridade

3. Tu não tens idéia da tremenda liberação e da profunda paz que vêm de te encontrares contigo mesmo e com teus irmãos totalmente sem julgamento. Quando reconheceres o que és e o que são os teus irmãos, compreenderás que qualquer forma de julgá-los é sem significado. De fato, o seu significado está perdido para ti precisamente porque os estás julgando. Toda incerteza vem de acreditares que tu estás sob coerção do julgamento. Não precisas do julgamento para organizar a tua vida e certamente não precisas dele para organizar a ti mesmo. Na presença do conhecimento, todo julgamento é automaticamente suspenso e esse é o processo que permite que o reconhecimento substitua a percepção.

Participante: Não julgar não seria a mesma coisa que aceitar?

Jorge: Não! É conhecimento! Comodismo, resignação, são coisas do ego. ‘Eu aceito, resignado’, isso é ego, não é conhecimento. Quando você trabalha em outro nível, por exemplo, o aborto, você não condena, não critica, não julga, você simplesmente ama. Você passa a amar tudo que está a sua volta sem qualquer tipo de julgamento. Você faz as coisas e faz com amor, então você vai fazer bem feito. Não importa pra você por que tal pessoa fez isso, fez aquilo, fez aquele outro, isso é da pessoa. Tudo está na mais perfeita ordem, a nossa percepção é que está fora de ordem. Percebemos de uma maneira que parece que as coisas estão fora de ordem, mas não estão, está tudo certo. A percepção não consegue ver as coisas certas.

Numa outra oportunidade falou-se da família que tinha uma empregada por semana. Nenhuma empregada fazia nada certo. Pararam de julgar e as empregadas pararam de ir embora.

Você começa a compreender que as pessoas estão assim porque elas não cresceram, porque elas não aprenderam. O que é que nós começamos a aprender? Que se elas não aprenderam nós somos responsáveis para ensinar! E paramos de julgar!

Somos responsáveis por ensinar, de uma maneira ou de outra.

Lá em casa tinham dez pratos, quebraram um, mais outro até só sobrarem dois. Agora só tem dois, quando alguém vai almoçar lá a gente almoça de dois em dois, lava e coloca na mesa novamente. Dez pratos eram um exagero também. Para quê tantos pratos! Está tudo na mais perfeita ordem, a gente não se incomoda.

A minha mãe tinha um baú cheio de coisas, bordados a mão e outros tesouros que ela guardou por trinta anos, uma das pessoas que trabalhou lá carregou tudo, só deixou o baú. O que se aprende com isso? Que não adianta ficar julgando, o julgamento desgasta, envolve rejeição da pessoa, a gente começa a rejeitar, a gente se incomoda, perde o sono. Tem que dar as perdas e não julgar. O que aconteceu...aconteceu, a gente tem que aprender a fazer isso. Está tudo na mais perfeita ordem!

Se a pessoa ainda está fazendo uma coisa errada é porque ainda não aprendeu. Não sabemos o que a pessoa está passando, o que ela está pensando, qual a formação cultural e religiosa e social que ela tem, qual a informação genética que ela está trazendo dos seus antepassados, em fim a formação geral. Não temos que julgar, temos que procurar conhecer.

Se você já conhece, já sabe de tudo isso, daí não precisa julgar. De antemão você tem todos esses conhecimentos de que, se fez assim, é porque não sabia fazer diferente.

Participante: Às vezes sinto um estado de graça em relação a uma pessoa, é uma coisa tão sublime e fica por tanto tempo, como nós poderíamos multiplicar isso, estabelecendo isso com outras pessoas?

Jorge: Treina mente! O que é treinamento? Treinar a mente! A mente precisa ser treinada.

Uma história:

Vi na televisão uma entrevista de um dos três astronautas que foram para a lua. A entrevista foi no jardim da casa dele. Ele estava pintando uma tela. O repórter que estava entrevistando perguntou se ele era realmente feliz, já que ele parecia feliz. O astronauta respondeu: Sou intensamente feliz o tempo inteiro! Daí o repórter perguntou se tinha algo a ver com o fato dele ter ido a lua. Ele disse que tinha a ver sim, e que num determinado momento ele olhou para fora da nave e viu a terra, suspensa no nada, parecendo parada, naquela imensidão, sem ter nada segurando aquela bola azul, muito linda e por um momento ele pensou que dentro daquela bola perdida no universo tinham milhões de pessoas brigando por milhões de questões sem nenhum significado.

Tudo aquilo perdeu todo e qualquer significado, o poder, o julgamento, tudo que você puder pensar, olhando lá de cima, aquela bola, tudo que as pessoas pudessem estar fazendo, não significava nada.

Ele disse que por uma momento, por uma fração de segundo teve esta compreensão e foi intensamente feliz, foi tomado por uma felicidade intensa, ficou neste estado de êxtase, esse estado de graça, depois passou. Depois voltou para a terra, mas cuidou para não esquecer aquele momento.

Quando ele parou de trabalhar como astronauta, um dia pensou: Sou uma pessoa que foi treinada para executar tarefas difíceis nas situações mais adversas possíveis, tomar decisões sob intensos treinamentos, desenvolver qualquer tarefa, coisas totalmente inesperadas. Se eu consegui passar este treinamento, minha mente foi treinada para fazer coisas extremamente complexas, difíceis e se numa fração de segundo eu fui intensamente feliz, o que eu tenho que fazer para ser feliz por um segundo inteiro? Treinar!

Então, o que você pode fazer? Pára tudo, feche os olhos, inspira profundamente e expira. Isso é um treinamento para você se aliviar de todas as questões materiais, você relaxa a mente, ela deixa de estar envolvida.

Então ele começou a treinar para ser feliz um segundo, exercitava, ficava horas e marcava no relógio, de repente acontecia, outra vez e entrava naquele estado de graça, daí ele marcou no relógio, durou quinze segundos. Se durou quinze segundos eu vou fazer durar vinte segundos. Disse que um dia ele alcançou o primeiro minuto. Ele disse que treinava para ser feliz.

Participante: Com a respiração?

Jorge: Eu faço isso, sinto este bem estar quando eu faço isso, inspiro e expiro profundamente, você pode fazer do jeito que você achar melhor. Você pode levantar as mãos e dizer a a a.. . Ou então i i i ...procura ver o que é que te deixa feliz. Busca uma lembrança de felicidade, ele buscou aquela lembrança na mente. Busca a lembrança de um instante em que você foi muito feliz. Esta lembrança está aí contigo, lembranças de felicidade são eternas. Busca onde ela estiver. Traga-a à tona e aí você procura mantê-la. Quando você tem uma grande alegria e você lembra, a alegria está presente no momento em que você lembra dela, da mesma maneira se tem uma pessoa que você não gosta, quando lembra dela você se sente mal-estar. Se você lembra de uma coisa da qual você gosta muito, você sente um grande bem-estar, que alegria..., vai treinando para manter este estado, mais e mais!

É isso que ele disse que fez. Disse que treinou tanto e tão intensamente que, se dedicou muito a isso, porque ele queria de qualquer jeito, até que chegou a 10 minutos, 30 minutos. Se você consegue ser feliz por um instante, então pode ser feliz por um dia inteiro. Nesta entrevista ele afirmou que ele era feliz por 24 horas por dia. Tudo que ele fazia era cheio de amor, que era muito alegre, muito feliz, mesmo dormindo, sempre em estado de graça. E que ele não se deixava envolver pelos problemas do mundo.

Por quê? São os problemas do mundo que puxam para baixo. Você pode até ver tudo, mas não se deixe envolver, não fique preso, você tem que estar envolvido pela luz do espírito e não envolvido pelas trevas materiais. Tudo que envolve matéria é um incômodo.

Outro dia uma pessoa me contou que tem uma amiga que está sendo ameaçada de seqüestro. Disse ‘não dá nem para ter dinheiro’. Se você tem um pouco mais de dinheiro, daí começa a preocupação, é o seqüestro, carro blindado, o segurança, o circuito de tv de casa...você vai se envolvendo mais e mais. Se você começa se desenvolver disto, vai ficando mais e mais espiritualizado.

Então não posso ter um bom carro, uma boa casa? Claro que pode! Não pode estar preso a isso. Para a pessoa que não está presa, dificilmente acontece uma coisa ruim.

Participante: Parece que aquele que está desprendido não chama atenção.

Jorge: É um exemplo bem clássico: Tem duas pessoas, uma tem medo e outra não tem, qual delas o cachorro vai atacar? Vai atacar aquela que não está no amor, que está no medo.

Você pode ter tudo, mas não pode ter medo. Você pode perceber tudo, mas não pode deixar se envolver pelas percepções, não pode avaliar, não pode julgar, esse é o trabalho que vamos fazer esta semana.

Então, repetindo: Exercício da semana:

-Desenvolvimento;

-Ausência de julgamento;

Você vai ver que num momento você vai se sentir neste estado de êxtase, estado de graça, estado amoroso.

Não julgar é a coisa mais fácil que nós poderíamos fazer, difícil é julgar. Quando nós começamos a julgar a coisa começa a ficar difícil.

Lembra daquele astronauta, não lembro do nome dele, foi um dos três primeiros que foi à lua. Se você conseguir, seguindo o exemplo dele, numa coisa, por menor que seja, você não julgar e responder com amor àquela questão, então você pode fazer isso acontecer mais vezes. Se você conseguiu uma vez, então você consegue mais. É um treina mente!

O que os jogadores de futebol fazem quando estão jogando? Estão treinando a mente para fazer gols! Porque se ele conseguiu fazer uma vez ele quer conseguir de novo! O jogo é esse! Quanto mais gols você fizer, melhor você fica nisso.

Começa a treinar para ficar mais tempo neste estado, até que você consiga ficar um dia inteiro. Essa é a tarefa que temos quer concluir, então vamos treinar a mente, vamos puxar essa lembrança de momentos de intensa felicidade e vamos colocá-los bem aqui na frente e sentir isso cada vez mais, cada vez mais.

Esquecemos muitos momentos de intensa felicidade, os conflitos sufocam tudo. Os conflitos vão colocando entulhos em cima, parece que a gente não tem mais momentos de felicidade.

Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil.
Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me dirigirá.
Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,
sabendo que Ele vai comigo.
Eu serei curado na medida em que eu permitir que Ele
me ensine a curar.

 

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