UM CURSO EM MILAGRES
02 DE JULHO DE 2003
4ª FEIRA

MEDITAÇÃO

Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil.
Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me dirigirá.
Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,
sabendo que Ele vai comigo.
Eu serei curado na medida em que eu permitir que Ele
me ensine a curar.


PRINCÍPIO 40
O milagre reconhece todas as pessoas como teu irmão e meu também. É um caminho para se perceber a marca universal de Deus.

Jorge: Quer dizer então que temos a marca universal do amor. Todos têm a marca do amor, ninguém está com marca diferente, com missão diferente. Não tem uma só pessoa que veio aqui com uma missão diferente, que é “especial” ou “diferente” dos outros. Não tem. Todas são exatamente iguais. O nosso aprendizado através deste livro nos diz que “uns temporariamente têm mais, não porque têm mais, mas porque outros temporariamente têm menos”. Isso quer dizer que algumas pessoas se decidiram ir um pouco mais adiante, enquanto as outras ainda não, só isso, mas isso não faz diferença. Irmão que nasceu dois anos antes do outro, eles não são diferentes. Então aquele que temporariamente sabe um pouco mais que o outro também não é diferente. Todos têm a mesma marca e a mesma missão e se a marca é amor, a missão é amor. Readquirir esta capacidade de amar, de amor universal é o que o milagre proporciona.

Livro texto
Página 26
1. Antes que os trabalhadores de milagres estejam prontos para empreender sua função nesse mundo, é essencial que compreendam inteiramente o medo da liberação. De outro modo podem inadvertidamente fomentar a crença em que a liberação é aprisionamento, uma crença que já prevalece muito. Essa percepção equivocada surge, por sua vez, da crença em que o dano pode ser limitado ao corpo. Isso acontece em função do medo subreptício de que a mente pode ferir a si mesma. Nenhum desses erros é significativo porque as criações equivocadas da mente na realidade não existem. Esse reconhecimento é um instrumento de proteção muito melhor do que qualquer forma de confusão de níveis, porque introduz a correção no nível do erro. É essencial lembrar que só a mente pode criar e que a correção pertence ao nível do pensamento. Ampliando uma declaração anterior, o espírito já é perfeito e, portanto, não requer correção. O corpo não existe, exceto como instrumento de aprendizado para a mente. Esse instrumento de aprendizado não está sujeito a erros próprios porque não pode criar. É obvio, então, que induzir a mente a desistir de suas criações equivocadas é a única aplicação da capacidade criativa que é verdadeiramente significativa.

Jorge: O trabalhador de milagres vai trabalhar com a liberação dos medos da pessoa. É como aquela pessoa que está andando de muletas, mas não precisa mais das muletas. Então ela pode se libertar daquilo, porque aquilo não faz sentido. É como uma pessoa que criou uma doença para se autopunir e aquilo já está resolvido, ela não precisa mais aquela doença, porque ela já resolveu internamente. A questão agora é que ela tem medo de se libertar daquilo. Se você for lá e tenta tirar a muleta da pessoa, que não tem mais necessidade, ela vai sentir muito medo daquilo, ela não se julga capaz de andar.

Participante: Gostaria de entender melhor as frases do texto: “De outro modo podem inadvertidamente fomentar a crença em que liberação é aprisionamento, uma crença que já prevalece muito.Essa percepção equivocada surge, por sua vez, da crença em que o dano pode ser limitado ao corpo”.

Jorge: O ego é nosso instinto de sobrevivência e o medo é o sentimento dos mais úteis, porque preserva nosso corpo. Então eu não vou saltar da montanha porque tenho medo, está associado ao instinto de sobrevivência, é a minha segurança e isso é da minha personalidade, do meu ergo, se eu me libertar disso eu vou morrer. O ego tem um sistema que trabalha assim: Quando nós fazemos o erro, vem o sentimento de culpa, do sentimento de culpa nós já trabalhamos para punição. O erro é um equívoco. Ficar com o sentimento de culpa eu não suporto, então eu passo para o segundo erro, que é para justificar o primeiro, que é a autopunição. Como as doenças estão no nível da mente, a doença acontece a partir da mente, ela somatiza no corpo, como um meio de me autopunir por aquilo que eu fiz de errado. Então, quando você vem e me oferece a cura eu tenho medo de me libertar da doença, porque ela, a divença, significa para mim uma libertação e não um aprisionamento. Na verdade eu estou preso aqui, acho que estou me libertando através do aprisionamento. Fazemos confusão porque achamos que estamos nos libertando através da autopunição, na verdade estou me aprisionando, aí alguém vem e oferece a libertação, digo: Não! Porque penso que se eu me libertar, aí é que eu vou ficar preso no fogo do inferno, porque é essa autopunição que vai me libertar.Algumas pessoas Jesus curou e disse: Você já está curado, pode sair andando, pode começar a ver, porque aquela punição não tinha mais sentido, aquilo já estava resolvido, não pela punição, mas por outros meios, porque às vezes eu gero uma doença para mim mesmo, mas eu vou lá e resolvo a questão que eu tenho pendente com as outras pessoas, faço a reconciliação, me esqueço de que não preciso mais a punição. Porque é assim: Fiquei devendo cinco reais no bar da esquina. Então o que eu faço? Eu desvio, e formo um hábito de desviar pelo outro lado, caminho três quadras a mais para não passar na frente do bar. Um dia, chego lá e pago essa dívida, mas o hábito de caminhar três quarteirões a mais continua, porque já formei aquele hábito, saio de casa e vou por ali.Um dia alguém vai dizer para mim, olha Jorge, você não precisa mais dar volta, o dono do bar não quer mais te pegar, você já pagou pra ele.O que nós temos que fazer é a expiação. Expiação para mim tem o mesmo sentido que tinha o exame de consciência, ensinado quando eu era criança. Todo dia antes de dormir, tinha que ver todos os erros, todos os pecados, era assim dito e tinha que fazer a oração da remissão dos pecados e uma oração para o Anjo da Guarda. O que acontece hoje, quem dera que tivesse feito isso durante a minha vida inteira, estaria limpo, como eu não fiz, hoje eu tenho que examinar a minha consciência, e como é que se examina? Olhando internamente que é: expiar. Então você faz o ato de expiação e vê todos os erros, eu não estou doente ainda, mas começo a perceber que tenho erros, estou devendo um real aqui, dois reais lá, magoei alguém, estou com raiva do outro. Temos que começar a resolver isso. Essa é a garantia que eu não vou adoecer. Tenho que parar de arrumar punição, porque não adianta, se eu magoei você eu ficar me batendo em casa, isso não vai resolver, tenho que resolver com você. Não adianta eu ficar dando tapas na minha cabeça e pensar: Ai, o que eu fiz? Ai, é minha culpa! Tenho que ir e resolver com você, isso teria que ser feito, porque eu vou ficar doente se ficar com uma mágoa, uma raiva, com sentimento de ódio, com certeza isso vai me dar uma doença, porque isso tira a minha energia. Todo sentimento que não é amor consome energia.Se cometo erro e ignoro que isso possa me causar doença, fico repetindo: “isso não vai me causar nenhum dano”, “isso não vai me causar nenhuma lesão”, “isso não vai me causar nenhuma doença”, é a mesma coisa que você passar com o sinal fechado e ficar repetindo: “a multa não vai chegar”, “a multa não vai chegar”. Quando você recebe a multa, você vê que aquela afirmação que você fez não serviu pra nada. Nosso mecanismo interno é automático, você fez o erro, gera a culpa e a punição, é inconsciente. A culpa é um sentimento muito demolidor internamente, muito doloroso, é difícil de suportar, então a gente tenta esconder, é do ego, só o ego erra. Seguindo este parágrafo do livro, é assim: o corpo não erra nunca, porque o corpo é apenas um instrumento, ele não existe como criação, ele apenas é um instrumento de aprendizado para a mente. Então, todo erro vem da mente e toda a correção vem do nível do pensamento. Então quando você fez um erro, começa a pensar na correção. Quando você fez uma dívida, não fica pensando na dívida, fica pensando no pagamento, na solução. Se você começar a pensar na solução, vai encontrá-la, se você pensar na dívida vai se afundar na dívida. Então, se você tem um erro, pecado, você tem que pensar na expiação, não ficar preso naquele circulo do erro, porque ele vai te levar ao erro da autopunição, pensando que isso vai resolver e não resolve. Você vai ter que desfazer aquele erro no nível em que foi cometido, se é uma dívida monetária você vai lá e paga, se é uma mágoa, pede perdão e se reconcilia com a pessoa, se você pensou mal de alguém, você faz a expiação no nível do pensamento, se você se omitiu quando uma pessoa pediu ajuda, você vai se sentir culpado depois e vai arranjar uma autopunição, isso é automático, você não percebe o que está acontecendo. A mesma coisa que aquele motorista que passa no sinal vermelho, que é vigiado por uma câmera que fotografa, ele não percebe o que está acontecendo, que aquela câmera está fotografando, está enviando a informação via satélite para o departamento de transito, que tem uma impressora lá imprimindo a tua punição, que já está indo para o correio, automaticamente, daqui um mês chega a multa na tua casa, dobrada, envelopada com teu nome, endereço, com a placa do teu carro e a tua foto furando o sinal. Nós funcionamos bem assim. Não há como dizer que não fez, fez! Nós temos todas as imagens dos nossos erros. Então nós temos que desfazer isso, antes que isso nos deixe doentes. Não adianta dizer que foi o carro que furou o sinal, porque o carro não fura sinal, quem fura o sinal é o motorista. Não foi o corpo do motorista que furou o sinal, foi a mente. Em nenhum tribunal você vai ser absolvido dizendo que quem chutou o vizinho foi o teu pé e que você não tem nada a ver com isso.

Sempre que as pessoas pedirem ajuda você vai oferecer um milagre, isso o Curso está ensinando, não adianta dar o casaco pra pessoa, o casaco não vai resolver nada. Uma pessoa diz que está com frio, você também está, se você tirar o casaco, quem vai ficar com frio é você. Daí você não tira, não dá pra pessoa, no outro dia vê na TV que aquele cara que morreu de frio é aquele que você não deu o casaco. Numa outra situação, você tira o casaco e dá pra pessoa e você vê esta pessoa enrolada no casaco, morta de frio, você pensa: “Puxa vida, eu podia ter levado essa pessoa para casa”. Então isso não vai acabar nunca, enquanto você estiver oferecendo coisas materiais, você nunca vai conseguir dar pra pessoa o que ela está precisando integralmente. Ofereça milagres, assim você não se omite e não vai ter sentimento de culpa. Se a pessoa vai receber os milagres ou não, isso não é da sua competência. Aquele que semeia não é responsável pela colheita, cada um faz uma coisa. Você semeou, você é responsável por semear, aquele a quem você deu a semente é responsável pelo plantio e pelo crescimento e o terceiro vai ser responsável pela colheita e outro será responsável pela comercialização. Então você vai ser aquele que semeia, não precisa se preocupar se aquele a quem você confiou a semente vai produzir ou não, isso não é da sua responsabilidade. Você apenas semeia, vai andando pelo mundo semeando, semeando, se você continuar semeando, em toda a sua trajetória de ida, quando você vier de retorno, na trajetória de volta, você vai ver quantas sementes germinaram, às vezes em locais onde você não esperava. Mas se você parar na primeira semente e ficar cobrando que ela germine, a tua possibilidade de sementes que germinam é uma só. Então, quando a pessoa está semeando, semeia 100, 200, 300 hectares e vai pra casa e espera crescer, nem todas as sementes germinam, nem toda terra está preparada para receber aquela semente, mas isso não é da sua competência. Neste sentido o parágrafo diz: Você oferece o milagre, isso é a tua função, se você fizer isso não terá sentimento de culpa. Se você der o casaco, ao invés do milagre vais estar sujeito a sentimento de culpa. Então não é o casaco que vai salvar a pessoa, às vezes até é o contrário, em algum ponto diz que milagres direcionados às vezes acabam em situações adversas àquelas as quais você tinha proposto. Então eu tiro o meu casaco e dou para o mendigo, daqui a pouco aparecem mais três mendigos que estão com frio, estes batem no mendigo para lhe tirar o casaco. Você veja como em todas as situações, quando a gente quer destinar ao outro coisas materiais, estamos sujeitos a ficar com sentimento de culpa, neste caso você está com sentimento de culpa porque deu o casaco e o mendigo apanhou por causa disso.

Participante: Milagres não são para o corpo, milagres são para a mente, é isso?

Jorge: Sim, milagres são para a mente.

Participante: Outro dia eu estava tomando um suco e veio um rapaz e me pediu esmola, então eu disse: “eu não tenho”. Em seguida me dei conta de quer eu estava cometendo outro equivoco ao afirmar que não tinha dinheiro, desta forma estou plantando a escassez.

Jorge: Eu aprendi a “repartir o pão”. Outro dia eu estava tomando cafezinho, veio um menino pedir esmola, então eu disse: eu já tomei a metade do café e te dou a outra metade, o menino foi embora. Quando a gente está na lanchonete é comum ser abordado, porque é a hora da culpa. Eles usam isso: “olhe eu estou aqui com fome, você está aí tomando suco”. Peça para o garçom outro copo e divida o suco com ele isso é “repartir o pão” e oferecer um milagre junto, dar uma benção para a pessoa. Dando esmola estimulamos a criança a continuar a pedir, quando crescer e virar um grandão e ele vier pedir esmola para você, você vai dizer: “eu sustentar você, vai trabalhar!” E ai ele se volta contra você, ele não aprendeu outra coisa, porque você o sustentou e agora, de repente, não dá mais. São equívocos que a gente comete. O livro diz que a verdadeira caridade é oferecer um milagre, pode até dar um pedaço do teu pão, mas usa o pão como veículo para levar o milagre. Diversas vezes me pediram dinheiro para comprar remédio, explico a eles onde devem ir para conseguir remédio, eles sabem onde é, mas não vão. Pergunto:-Mas porque você não vai, você não quer o remédio? – Sim, mas...eu queria o dinheiro.-Mas o dinheiro não é para o remédio? -É, mas ...não é....
Então é assim, você não é o pai, você é o filho, ele é teu irmão. Se o teu irmão está com alguma dificuldade que você não está entendendo, você não tem que resolver a situação. Você tem que perguntar para o Pai: -Pai por que o maninho está assim? – O Pai sabe. – É isso que faz o milagre. – Você olha verticalmente e estende a mão horizontalmente. Você pode ser intermediário de trazer do Pai, para o teu irmão, a extensão daquilo que ele precisa. O irmão não está mais pedindo para o Pai. O que acontece, claro que tem uma coisa errada, mas não é você dando pra ele que ele vai se reconectar com o Pai. A esmola tira a dignidade da pessoa, vicia a pessoa. Não a parte da mente que está ligada ao Espírito Santo, mas a parte da mente que é humana, que é a parte do ego, ela comete tantos equívocos, porque ela é fruto de uma separação, fruto do erro e vai reproduzir equívocos, ela quer resolver a situação e não é você que tem que resolver a situação, é o Pai, Ele resolve. Você pode se colocar como intermediário. Você se coloca assim: Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil....Como diz a meditação. Como se colocasse a mão para cima e a outra estendida para o teu irmão, porque se estender só ao teu irmão você não fez a comunicação dele com o Pai. –Pai tem um irmão aqui que tem menos? (não é por que eu tenho mais, ter mais é o certo, mas por que ele tem menos) -Porque ele tem menos? – Olha para cima e estende ao irmão. Agora, se você der a moeda, vai viciar ele na moeda.

Pela palavra aperfeiçoamento eu compreendo, aperfeiçoa a mente, todas as palavras que contém “mento” referem-se à mente. Por exemplo: -treinamento, tem que treinar a mente. O jogador de futebol treina a mente para quando a bola chegar a mente ordenar ao pé para fazer este movimento. O corpo faz o movi(ação) mento(mente), ação da mente sobre o corpo. – Julgamento, refere-se a julgar a mente, não tem “julga corpo” da pessoa. Você prende o corpo porque a mente está no corpo.

A mente ocidental e a oriental funcionam em freqüências diferentes. Temos que entender física para entender isso, desenvolver todos os níveis igualmente. Fala-se de alinhamento dos chácras, tem que alinhar os níveis, o físico, o mental, o emocional e o espiritual, todos eles tem que se alinhar, todos eles tem que trabalhar. O intelectual tem uma função nesta trajetória. Então, além do movimento de rotação e translação, existe uma força que podemos observar, por exemplo, enchendo uma pia com água e depois abrindo a tampa no fundo, a água vai fazer um movimento para a direita no ocidente e no sentido contrário no oriente. Isto é a sujeição da água a este terceiro movimento. O teu corpo físico tem quantos por cento de água? Então, ele está sujeito a este movimento, a mente funciona diferente num e noutro hemisfério. No Japão, por exemplo, eles não lêem e escrevem no sentido contrário em relação ao nosso? Porque a mente deles funciona no sentido contrário em relação ao nosso. Não é que é mais fácil para os orientais se iluminarem do que a gente, aqui tem muita gente que se ilumina também.

O que o livro coloca é uma conceituação inicial, depois disto você vai cada vez elevando mais a tua compreensão. Então primeiro ele coloca assim: - Nós temos três níveis:
· Espiritual, o espírito é perfeito;
· A mente é o aprendiz;
· O corpo é o instrumento de aprendizado
O que é o espírito a nossa mente não consegue compreender. O que o livro diz é, aconteceu num dado momento uma separação. Esta separação aconteceu na mente, parte da mente ficou com o espírito e parte da mente se aliou ao corpo. Então a mente está assim: -Parte está junto com o espírito e parte está com o corpo. Esta parte da mente que está com o espírito é a parte da mente sã, onde mora o nosso anjinho. A parte da mente que está com o corpo é a mente do ego, é onde mora o nosso diabinho. Então o que aconteceu com a parte da mente que se aliou ao corpo, ela vai trabalhar sempre pelas necessidades do corpo, porque esta parte da mente depende da existência do corpo, ela acredita que depende da existência do corpo para existir, porque se morrer o corpo o ego não morre, o ego continua, ele está instalado na parte da mente separada que aprendeu a separação e reproduz a separação. A parte da mente que está sã, porque o Espírito é Santo, Santo porque é são, porque é saudável, não tem nenhuma correção a ser feita, porque ela é perfeita, é isso que eu consigo compreender. Então, esta parte da mente que está com o Espírito Santo não está separada de mim, é a parte da mente que está cheia, que está completa, não tem vazio. A parte da mente que se separou, mas não está desligada, está voltada para baixo, aqui você não consegue preencher, você consegue colocar coisas materiais, assim mesmo não preenche. Então tenta preencher com carro, uma casa, casa na praia, uma roupa nova, um anel, agora com isso, agora com aquilo, agora vou estudar isso, agora vou fazer tal curso. O que você está buscando fazer? – Preencher o vazio que você sente. Chega num ponto que você acha que preencheu. Aí qualquer movimento em qualquer direção o vazio vai estar instalado de novo. Aí você vai buscar onde? – Naquilo que você está vendo, você está olhando para baixo. -Se você fixa o olho numa câmera fechada para baixo, você só consegue ver para baixo, fechou na matéria. –Agora, o olho que está voltado para cima, o espírito, está aberto. O que ele vê? Ele vê tudo. Por isso é que se diz, que o espírito é o olho que tudo vê, porque ele tem a angulação aberta totalmente para todos os lados e para cima.
Busca-se a unificação da mente, as duas são iguais, é uma só, o encaixe é perfeito, não tem separação, mas para isso nós temos que retornar ao nível da mente perfeita. Quando você unir as duas partes da mente, você consegue subir ao nível do espírito.
O ego está associado à personalidade. A personalidade é aquilo que faz você personal, personalizado, ou seja, eu diferente de você. Então, o que as pessoas dizem diante desta interpretação equivocada: -Você precisa ser diferente do outro! Outro dia estava dizendo para uma amiga que tem um salão de cabeleireiro que se ela divulgar: “Corte de cabelo personalizado”, quer dizer, para cada pessoa ela faria um corte especial, o salão vai encher de gente.

Participante: Quando atingimos o estado de mente perfeita aí seria só espírito?

Jorge: Não. Aí mente e espírito passam a ser uma coisa só. A mente, ela aconteceu porque, quando aconteceu esta separação teve que ser criado, como diz no início do livro, o Espírito Santo, que é a parte da mente que está unida com o espírito. Esta parte da mente foi criada imediatamente após a separação para que você pudesse ter uma conexão com o espírito, porque se não estaria definitivamente separada, aí não teria mais recurso. Então esta parte da mente que chamamos Espírito Santo, não é uma coisa separada de você, ela está em você. Assim como está o ego. Só que o ego é palpável, eu consigo identificar o ego, mas não consigo identificar o espírito em mim. Por que? Porque estou no mundo material, palpável. As minhas percepções aqui estão no nível do palpável do cinco sentidos, com os cinco sentidos eu consigo perceber o ego. Mas eu não consigo conceber o espírito. Então, o livro nos diz: O Espírito Santo medeia a tua comunicação entre a mente equivocada, o espírito e Deus. Se não tivesse parte da mente ligada, a nossa conexão estaria definitivamente cortada, não consigo conceber o que seria.
Participante: Pergunta sobre um objeto que está sendo manuseado por Jorge.

Jorge: Este instrumento os orientais desenvolveram, chama-se “címbalo”, é um instrumento maravilhoso para auxiliar na compreensão de: - Onde está o espírito; - Onde está o nosso sentimento de vazio. Então, o que temos que fazer é o movimento para cima, ao invés de ficar olhando para baixo para ver as moedas que caíram, olha para cima.

Participante: Os erros são cometidos pela mente ou pelo corpo?

Jorge: Os erros são cometidos pela mente equivocada. O corpo não erra, ele obedece todo o comando da mente, é como a enxada, se você é agricultor, a enxada não conhece nenhum erro, não pode colocar a culpa do erro na enxada, você cometeu o erro. Mesmo que você volta para casa com a enxada amassada, porque você bateu numa pedra com ela, o erro não é da enxada, o erro é da mente. O movimento que temos que fazer é voltar a mente para o alto, quando você tiver com a taça voltada para o alto, não vai sentir falta de nada, aqui você consegue o preenchimento total.Quando você coloca a taça voltada para baixo, não consegue colocar nada. O que nos salva é essa conexão que alimenta, que vem do alto, essa ligação, dizem alguns que é um fio de prata que você não consegue desfazer de maneira nenhuma. O que temos que fazer é voltarmo-nos para o alto. Temporariamente pode acontecer, você sentir um vazio, você não está olhando nem para cima nem para baixo. Ainda estamos no nível da percepção, então vamos perceber que uma coisa está errada. O fato de perceber já é um julgamento. Mas você percebe o julgamento e reinterpreta-o imediatamente, porque você não pode parar de julgar ainda, porque está no nível da percepção. Você pode dar-se conta de que está acontecendo um julgamento e reinterpreta-lo. O que você faz? – Imediatamente volta com a tua mente para o alto, de maneira simbólica, olhar para o alto, estendendo a mão para o alto para puxar as bênçãos para baixo e estendendo com a outra mão para a outra pessoa as bênçãos que você traz do céu, isso é o milagre, esse é o verdadeiro ato de amor. É puxar do alto para aquele que não está conseguindo esta conexão temporariamente, ele não está se dando conta que tem esta conexão. Estende a mão para cima, traz ela cheia de bênçãos para o outro. Esse é o verdadeiro ato de amor, é isso que importa, isso é o que tem de mais importante no milagre, é o amor que o inspirou, não é dar o casaco, dar o casaco não resolve a situação da pessoa. Porque não é por falta de casaco que ele está ali. Eu não conheço ninguém que passou por aqui que teve menos, que deu e deixou mais do que Jesus e ele nada tinha. A única coisa que ele tinha era o seu manto, conforme conta a história, ainda foi disputado pelos romanos. Ele não dava coisas materiais, não ficava dando moedas. A Madre Teresa chegou num nível que ela não dava só o pão, ela dava o milagre, usando o pão como veículo para chegar até às pessoas.


MEDITAÇÃO

Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil.
Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me dirigirá.
Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,
sabendo que Ele vai comigo.
Eu serei curado na medida em que eu permitir que Ele
me ensine a curar.

 

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