O que é o livre arbítrio?

O dicionário diz que é a possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante.

Seria possível esta liberdade de escolha para quem ainda é prisioneiro do ego?

A vontade do ego é repetir seus condicionamentos e motivos passados. Dentro destes condicionamentos há muitas escolhas a serem feitas, mas estas escolhas são todas condicionadas. O labirinto do ego é uma prisão com muitas bifurcações. Muitas escolhas são habituais e sonambúlicas e outra feitas com base em conflitos reativados. O labirinto o caminho é circular e o medo é o companheiro na escuridão pois a única certeza é a morte. Tateando, aquele que escolhe, só ouve a voz do ego e não sabe que o ego tem por princípio negar e temer a luz. O Minotauro é o ego, o devorador da liberdade, o rei do labirinto.

Escolher em função da própria vontade implica em conhecer as alternativas. Mas as alternativas que o ego vê são todas ilusórias. Portanto a liberdade é a condição onde algo além do ego é visto como a alternativa real para aquele que escolhe. Tornar-se livre é a tarefa do herói: Libertar-se do labirinto do ego. O novo rei nasce no momento de sua libertação e a morte do monstro do labirinto é a morte de uma ilusão reconhecida e desacreditada. O que é acreditado na luz se torna a visão de uma realidade que está além das ilusões do ego. Uma nova visão da realidade, para ser acreditada é preciso que tenha sido ensinada por um bom Professor. No UCEM este bom professor é o Espírito Santo. Livre arbítrio portanto, é a escolha entre seguir o ego, o mau professor, ou seguir Espírito Santo, o bom Professor.

O dicionário terá aqui sua definição re-definida em outros termos e em outra base pela visão do UCEM: A possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, isto é possível pois os condicionamentos a serem descartados são ilusórios porque são do ego. A vontade impossível é livrar-se da verdadeira causa determinante do Filho de Deus.

Porque livrar-se da causa determinante, é impossível?

A causa determinante do que somos é a Vontade de Deus o Criador e se, essencialmente, somos feitos à Sua Vontade, nossa verdadeira liberdade é escolher segundo a Vontade Dele que é, conseqüentemente, a nossa própria.

O texto a seguir é de Um Curso em Milagres.

Dentro da metáfora do labirinto, Um Curso em Milagres, para mim, é o fio de Ariadne.

Paz para o herói do labirinto. Que ele não perca o fio da meada.

Sergio Condé

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UCEM_Capítulo 8- A Jornada de Volta. (pg.147) II. A diferença entre aprisionamento e liberdade

1. Há uma referência racional para a escolha. Só um Professor sabe qual é a tua realidade. Se aprender a remover os obstáculos a esse conhecimento é o propósito do currículo, tens que aprender isso com Ele. O ego não sabe o que está tentando ensinar. Está tentando te ensinar o que tu és sem saber o que és. Só é perito em confusão. Não entende de nenhuma outra coisa. Como professor, então, o ego é totalmente confuso e confunde totalmente. Mesmo que pudesses desconsiderar inteiramente o Espírito Santo, o que é impossível, ainda assim não poderias aprender nada do ego porque o ego nada conhece.

2. Há alguma razão possível para se escolher um professor assim? Não é verdade que a desconsideração total de qualquer coisa que ele ensine não pode deixar de ter sentido? É esse o professor ao qual um Filho de Deus deve se voltar para achar a si mesmo? O ego nunca te deu uma resposta razoável para coisa alguma. Baseando-te apenas na tua própria experiência do seu ensinamento, só isso não deveria bastar para desqualificá-lo como teu futuro professor? No entanto, não é só nisso que o ego tem causado danos ao teu aprendizado. Aprender traz alegria se te conduz ao longo do teu rumo natural e facilita o desenvolvimento do que tens. Porém, quando recebes um ensinamento contra a tua natureza, perderás com o teu aprendizado, porque o teu aprendizado vai aprisionar-te. A tua vontade está na tua natureza e, portanto, não podes ir contra ela.

3. O ego não pode te ensinar coisa alguma desde que a tua vontade seja livre, porque não o escutarás. Não é tua vontade ser aprisionado porque a tua vontade é livre. E por isso que o ego é a negação da vontade livre. Nunca é Deus Quem te coage, porque Ele compartilha a Sua Vontade contigo. A Sua Voz só ensina de acordo com a Sua Vontade, mas não é essa a lição do Espírito Santo, porque isso é o que tu és. A lição é que a tua vontade e a de Deus não podem discordar, porque são uma só. Isso é o desfazer de todas as coisas que o ego tenta ensinar. Não é, então, apenas a direção do currículo que tem que estar livre de conflitos, mas também o conteúdo.

4. O ego tenta ensinar que queres te opor à Vontade de Deus. Essa lição, que não é natural, não pode ser aprendida e a tentativa de aprendê-la é uma violação da tua própria liberdade, fazendo com que tenhas medo da tua vontade porque ela é livre. O Espírito Santo se opõe a qualquer aprisionamento da vontade de um Filho de Deus, sabendo que a vontade do Filho é a do Pai. O Espírito Santo te conduz consistentemente pelo caminho da liberdade, ensinando-te como desconsiderar ou olhar para o que está além de tudo o que poderia deter-te.

5. Nós dissemos que o Espírito Santo te ensina a diferença entre dor e alegria. Isso é o mesmo que dizer que Ele te ensina a diferença entre prisão e liberdade. Não podes fazer essa distinção sem Ele porque tens ensinado a ti mesmo que prisão é liberdade. Acreditando que as duas coisas sejam a mesma, como é que podes fazer a distinção entre elas? É possível pedires à parte da tua mente que te ensinou a acreditar que elas são a mesma para ensinar-te como são diferentes?

6. O ensinamento do Espírito Santo toma apenas uma direção e tem apenas uma meta. A Sua direção é a liberdade e a Sua meta é Deus. No entanto, Ele não pode conceber Deus sem ti, porque não é a Vontade de Deus ser sem ti. Quando tiveres aprendido que a tua vontade é a de Deus, não mais poderás ter vontade de ser sem Ele, assim como Ele não poderia ter Vontade de ser sem ti. Isso é liberdade e isso é alegria. Nega isso a ti mesmo e estarás negando a Deus o Seu Reino porque Ele te criou para isso.

7. Quando eu disse “Todo poder e toda glória são teus porque o Reino é Dele”, o significado é esse: a Vontade de Deus é sem limites e todo poder e toda glória estão dentro dela. É infinita em força, em amor e em paz. Não tem fronteiras porque a sua extensão é ilimitada, e ela abrange todas as coisas porque criou todas as coisas. Tendo criado todas as coisas, fez com que fossem parte de si mesma. Tu és a Vontade de Deus porque foi assim que foste criado. Porque o teu Criador só cria como Ele próprio, tu és como Ele. Tu és parte Dele, Que é todo o poder e toda a glória e és, portanto, tão ilimitado quanto Ele.

8. A que outra coisa, além de todo o poder e de toda a glória, pode o Espírito Santo apelar para restaurar o Reino de Deus? Assim sendo, o Seu apelo dirige-se meramente ao que é o Reino, para que o próprio Reino reconheça o que é. Quando reconheces isso, trazes automaticamente esse reconhecimento a todos, por­que reconheceste a todos. Pelo teu reconhecimento, despertas o deles e através do deles, o teu é estendido. O despertar corre com facilidade e contentamento pelo Reino em resposta ao Chamado Daquele que fala por Deus. Essa é a resposta natural de cada Filho de Deus à Voz pelo seu Criador porque Essa é a Voz pelas suas criações e pela sua própria extensão.

 

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