O Crucifício

Os homens aguardavam o Salvador.
Porque acreditavam que as portas do céu estavam fechadas para a humanidade.
Porque pensavam que os pecados cometidos contra Deus eram tantos que ninguém mais poderia entrar no céu.
Assim, precisavam de um Salvador.
A vinda do Salvador era anunciada e profetizada.
Enquanto isto não acontecia, sempre que cometiam algum pecado, em penitência, ofereciam sacrifícios a Deus.
Ofereciam por exemplo, o melhor cordeiro.
Uma saca do melhor trigo.
Etc...
Que no caso do cordeiro era queimado para que nada fosse reaproveitado, nem carne, nem peles. Nada.
Então surgiu um homem chamado Jesus que se dizia filho de Deus.
Falava com sabedoria, entre os sacerdotes, e entre o povo.
Tornou-se muito popular.
Explicava passo a passo o caminho para retornar ao céu.
Mas ninguém acreditava.
Dizia:
-O céu está bem sobre suas cabeças. Basta elevar as mãos, e alcançarão as Bençãos de Deus.
Mas ninguém acreditava.
-Reconciliem-se com seus irmãos, e serão curados.
Mas ninguém acreditava.
Porque não conseguiam compreender.
Disse então:
Mas o que afinal pensam que é preciso para abrirem-se as portas do céu?
-Um grande sacrifício, maior do que possamos imaginar. Só um enviado dos céus poderia nos dizer o quê.
-E o que vocês oferecem em sacrifício a Deus?
-Nosso melhor cordeiro. Responderam alguns.
Pois bem:
Sou o enviado do céu.
Eu sou o Filho de Deus.
Sou o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Eu me ofereço em sacrifício por vós.
Para a remissão de vossos pecados.
Assim acreditarão?
-Sim, mas se morrer, como saberemos que estás no céu?
-Eu ressurgirei dos mortos, em corpo de luz.
Ressuscitarei e provarei a vocês que a morte não significa nada. Acreditarão então?
Estava então decidido o crucificio.
A partir deste momento tudo deveria ser preparado para que as escrituras se cumprissem.
Que viria do céu um enviado que abriria para todos os homens as portas do céu novamente.

Então dando seqüência ao que se havia proposto, em um jantar que ficou conhecido como a Santa Ceia, teria dito ao repartir o pão e o vinho.
-Este é o meu corpo, e o meu sangue dado em sacrifício por vos para a remissão de vossos pecados.
Comei e bebei dele, todos.
Fazei isto em memória de mim.
E após falou:
-Esta noite, um de vós me entregará aos romanos.
-Judas levantou-se e disse: Acaso serei eu Mestre?
-Sim, Judas, é você.
-Mas porque eu Mestre? Arrange outro por favor.
-Porque você é o único que poderá fazê-lo, e porque assim se cumprirão as escrituras.
Em outra ponta da mesa Pedro levantou-se e exclamou:
-Como assim, Mestre, acaso pensa que eu não seria capaz de cumprir um seu pedido?
-Não Pedro. Tu não seria capaz. Ainda não tens a força necessária. Verás , que ainda
antes do galo cantar, me negarás três vezes.
E voltando-se para Judas afirmou:
-Vá logo e faz o que tem que ser feito.
-Percebem nestes diálogos alguma referência a traição?
A traição nunca aconteceu.
Só aconteceu na mente com medo dos que perceberam de forma invertida.
A reversão da percepção pode livrar-nos da crença equivocada da traição, e assim liberarmos em nossa mente a interpretação equivocada das escrituras da forma como tem sido compreendida.
Nesta Páscoa, vamos festejar a ressurreição
Não vamos ficar presos ao crucificio.
A conta do sacrifício já foi paga a dois mil e cinco anos por Jesus para que pudéssemos entrar no céu.
Somente nos resta agora, a nossa própria expiação.
Expiação, e o princípio dos milagres que nos conduzem a cura final.
A mensagem do crucifício é a ressurreição.

Principio 13
"Milagres são tanto princípios como fins, e assim alteram a ordem temporal.
São sempre afirmações de renascimento, que parecem retroceder, mas realmente avançam.
Eles desfazem o passado no presente e assim liberam o futuro."
Nesta Páscoa, vamos dar o perdão a tantos quantos compreenderam equivocadamente a mensagem da cruz.
Vamos desfazer o passado no presente e avançar , ressurgindo em Cristo, e liberando o futuro para todas as gerações vindouras, liberando-as da culpa que nunca houve.

Jorge Luiz Brandt




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